Entre os séculos XVI e XIX, mais de dez milhões de negros foram capturados na África para que fizessem girar a roda-viva do mercantilismo na América e na Europa. Os europeus consideravam os negros hábeis trabalhadores rurais, tanto pela experiência em lhe dar com a terra quanto pelo vigor físico.
Apesar de possuírem alto valor comercial, os negros eram transportados em navios durante semanas e até meses, amontoados em porões úmidos e extremamente quentes, sem ver a luz do dia. Se a comida começava a ficar escassa, os mais fracos e doentes eram arremessados ao mar, e quando o navio finalmente chegava a seu destino, famílias inteiras eram separadas, isso quando a separação não havia ocorrido durante a viagem ou ainda em solo Africano.
Nas lavouras, nas minas e nos canaviais, os escravos africanos eram sujeitados a trabalhar do nascer ao pôr do sol, enriquecendo cada vez mais aqueles que diziam “levar o país nas costas”.
Quando os senhores consideravam que a produção estava baixa, muitos escravos eram torturados para intimidar o conjunto de trabalhadores escravizados, numa tentativa de fazer a produção aumentar a qualquer custo. Mulheres eram estupradas e às vezes até mutiladas por não ceder aos desejos sexuais de seus “sinhozinhos”.
Essa rotina de violência e humilhação gerou tristeza e revolta nos corações dos negros durante séculos, ao passo em que líderes começaram a surgir e a buscar a libertação de seu povo. No Brasil, o mais famoso deles foi Zumbi, que ajudou a libertar mais de trinta mil escravos, acolhendo-os no Quilombo de Palmares, onde os negros desfrutavamde uma relativa qualidade de vida, recebiam proteção contra milícias e “capitães do mato” e não sofriam os maus-tratos de antes.
Após muita luta, morte e sangue do povo negro derramado, a escravidão na América chegou ao fim (o Brasil foi o último a aboli-la, em 13 de maio de 1888). Apesar disso, os negros permaneceram sem qualquer direito político e econômico, e mesmo como “homens livres”, eram desprezados pela população branca, que possuía o controle das instituições e do capital. Os que conseguiam trabalho eram extremamente explorados, sem qualquer direito trabalhista e com remunerações baixíssimas.
No ano de 1910, Marcus Garvey, um jamaicano que trabalhava como fiscal em plantações de banana na Costa Rica, observou o sofrimento dos negros no campo. Depois de viajar por outros países da América Central, percebeu que essa situação não era um “privilégio” da agricultura, mas de todos os setores da economia, principalmente na indústria. Revoltado, passou a escrever artigos para pequenos jornais denunciando essa exploração. Na Costa Rica, ele publicou o La Nacionale . Na Guatemala, escreveu para o La Prensa. Com seus artigos, Marcus comprou uma briga com a elite branca, e sofria ameaças constantes. Pior do que isso era sofrer com o despreso do próprio povo, que não entendia a força e o poder transformador que uma voz negra na mídia poderia ter.
Em 1912, Garvey viajou para Londres e teve contato com negros de todo planeta. Por meio de relatos dos irmãos, ele constatou que as condições de vida e os problemas enfrentados pelos descendentes de africanos mundo a fora eram muito parecidos.
Regressando para a Jamaica, em 1914, Marcus criou a Universal Negro Improvement Association (Associação Universal para o Progresso Negro), que pregava a igualdade de direitos e deveres entre as etnias em todo o mundo, o retorno dos negros à Mãe África – estabelecendo um país e um governo gerido pelos negros – e um apoio aos irmãos necessitados que permanecessem em outros países.
Reunindo uma quantidade cada vez maior de adeptos, Garvey (que era católico) anunciou na década de 1920 que Deus se faria homem novamente, assim como em Jesus Cristo, e esse homem se tornaria Rei na África, libertando os negros da opressão.
O início da profecia se confirmou quando em 1930, na Etiópia, Ras Tafari Makonnen foi coroado rei. Ras alegava ser descendente do Rei Salomão e, ao assumir a coroa, se auto-denominou Haile Selassie I (“o poder da divina trindade”).
Aqueles que acreditaram que Haile Selassie era filho de Deus passaram a ser denominados rastafaris. Porém, o Rastafarismo, diferentemente do Cristianismo, não é uma religião e sim um estilo de vida. Por adotar a Bíblia como livro sagrado os dois possuem características bem parecidas, como a necessidade de se amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, não roubar, não cobiçar os bens alheios nem a mulher do próximo, etc.
Durante seu reinado, Selassie realizou uma série de mudanças que beneficiaram os etíopes mais necessitados, como a adoção do voto universal e a abolição da escravatura. Também desenvolveu a ciência e a indústria, trazendo maior prosperidade para aquele país.
Em 1935, quebrando uma série de acordos, a Itália – então governada por Benito Mussolini – invadiu a Etiópia e depôs o Rei, que permaneceu em exílio na Inglaterra durante seis anos. Durante esse período, Selassie ajudou a organizar e a fortalecer ainda mais o movimento negro, enquanto tentava mobilizar a opinião pública internacional para a causa etíope. Então, no ano de 1941, quando a Itália já havia sido derrotada na 2ª Guerra, o Rei reassumiu seu posto e governou a Etiópia até os anos 70, quando um golpe militar o depôs. Ficou preso até 1975, quando morreu por complicações na próstata.
Os seguidores do Rastafarismo estão espalhados pelo mundo todo. Sua ideologia foi muito difundida através das letras das músicas de Bob Marley, como “Exodus”, que fala sobre a diáspora dos povos africanos, “Legalize It”, sobre a legalização da maconha, erva sagrada para os rastas, que a utilizam nos momentos de meditação da palavra de Jah (Deus), e “African Unite”, que traduz uma das buscas dos rastamans: a unificação dos pvos africanos.
O Rastafarismo impõe algumas normas aos seus seguidores, como não tatuar a pele nem cortar a própria carne (para colocar um piercing por exemplo), não escovar o cabelo nem corta-lo (por isso é comum que os rastas utilizem os “dreadlocks”, espécie de canudos formados com o próprio cabelo, que simbolizam a união com Jah), não comer carne de porco, caracóis ou peixes sem escamas, pois esses são considerados alimentos impuros.
Aqui no Brasil, um dos maiores difusores da filosofia rasta é a banda carioca Ponto de Equilíbrio.
Nascida nas ruas da comunidade de Vila Isabel, ela é liderada pelo um tanto quanto irreverente vocalista Hélio Bentes. Traz em suas letras um grande apelo social e espiritual, e sua melodia é privilegiada por um roots que leva o reggaero a viajar e refletir.
O Rastafarismo é, acima de tudo, um caminho alternativo ao que a Babilônia (símbolo do pecado e da perdição) nos conduz. Nos mostra como é belo amar todos os irmãos independente de suas características peculiares, não se preocupar com a busca pelo poder e pelo dinheiro, que só nos faz destruir a natureza e tudo de bom que Deus criou única e exclusivamente para nós. Além disso, o Rastafarismo dá esperança e acalento àqueles que hoje sofrem com a solidão, a miséria e a opressão, pois segundo essa doutrina Jah está prestes a voltar para libertar todos que Nele crêem, levando-os para morar junto Dele em Sião, o paraíso.
nunca poderia imaginar que dreads simbolizavam a união com jah.
é uma filosofia muito bonita mas com normais demais.
q q vc acha?
ops: NORMAS demais! heaueahuaeh
cool
não julgaivos para não seres julgados o rastafarismo e opisão de vida
nao e uma opisao de vida nem estilo de vida, e uma filosofia de liberaçao e uniaocom o ser supremo q deixa a vaidade de lado para estar mas perto do ser divino
RASTAFARI É UMA OPÇAO DE VIDA CERTA
ANDAR COM POSITIVIDADE E JAH NO CORAÇAO
mesmo sem dreads adoto a filosofia rasta na minha vida
muito bom
Ser rastafari eh ter paz ,amor no coração ….nós lutamos para acabar com o preconceito e o racismo ……queremos mostrar o quanto eh bom amar ao proximo ……e ser rastafari não eh apenas usar dreds….eh acima de tudo ter vibrações positivas em seu coração tentar passar uma energia positiva para nossos irmãos…e quanto ao uso de maconha….não usamos pelo prazer ….usamos para meditação…eh uma forma de limpeza espiritual…
Existe muitas religiões hj em dia ,temos que respeitar todas….temos que ter respeito com as ideologias de nossos irmaõs .o que posso afirmar eh que todos nós estamos unidos por um laço muito forte…somos irmãos em jah(Deus)….
Esse eh meu ponto de vista…
Vibrações Rasta pra vçs…………lembre-se nada de negatividade no coração!
ॐ ۞___”Não importa se você é negro , branco , se tem olhos azuis , ou verdes ou escuros … O importante é você ter JAH … e Ele não cria nada em vão , pois Ele vem em forma de natureza”(Bob Marley)_____”Enquanto a cor da pele dos homens for mais importante do que o brilho dos olhos;haverá guerra”(Bob Marley)___۞ॐ****[IGUALDADE]*****precisamos muito…..
E ainda nesses dias de hoje, ainda tem gente primitiva que julga um seguidor do rastafari, por conta de seus cabelos, de suas musicas… Olham, e ja pensam ‘olha! Vagabundo! Maconheiro! Ladrão! Porco!’ mas gente, vamos parar com isso! Enquanto você ta ai, julgando um irmão pela sua aparência, você ta preocupado em usar roupas caras,ter carro… Os chefões engravatados estão sugando todo seu dinheiro! Eles sim são os vagabundos,ladrões,porcos… E você ai! Portando oakley, eckõ, mas o que adianta? Você não vai levar essas coisas pra segunda plenitude! Mas me respode? Você ‘porta’ deus no coração? Porpue isso sim é o que im’porta’! E quem é o ladrã? Os negro suados pelas ruas, ou os brancos engravatados la em Brasilia? … Pense bem… E fique na paz de JAH.
Temos de condenar as gentes preconceituosas que julgam os outros pelas roupas e pelas músicas e dreads. Mas temos de louvar a crítica às pessoas com gravata…
Alguma coisa me escapou!
Ser um rasta vai mto além de uma classe social ou do estado financeiro. Ser um rasta está ligado ao seu espírito, sua alma.
Independente de ter dreads, ser negro, branco, tatuado, pobre ou rico, o que vale são suas ações, a sua forma de enxergar e lidar com os irmãos. Ser pobre de dinheiro não é sinônimo de humildade, assim como ter vários diplomas e contas bancárias não é sinônimo de educação e riqueza.
A verdadeira riqueza consiste em amar o próximo como a si mesmo e a Deus sobre todas as coisas. Agindo assim, o bem sempre triunfará e você sempre andará coberto e protegido pelas bençãos de Jah Rastafary, que eleva os humildes e despreza os exaltados, os cheios de si.
Obrigado a todos pelas postagens, espero que esse tópico e esse blog possam se tornar um canal de discussao sobre as relações humanas, a fé em Deus e as condições de vida do povo na terra.
Jah bless you all
tudo bem mano. mas é muito mais dificil de um rico entrar no céu. por conta do apego… que não deixa a pessoa enxergar a verdade …. E a própria internalização do que significa ser um Rasta faz com que o cara busque uma vida simples, longe da babilônia movida pela grana e tal
ASSINO:
jadertiago@hotmail.com
deus abençoe a todos
Com certeza Jader. É praticamente impossível um cara cheio da grana estar voltado para a filosofia rasta. Isso por que, quando se está em comunhão com Jah, você quer que seus bens, tanto materiais quanto espirituais, sejam utilizados para promover o bem estar do próximo. É aquela velha história: “para alguém ser rico, muitos têm que estar pobres”.
O lucro e a busca incessante pelo capital não combinam com aquilo que Deus quer para nossas vidas. Jah nos leva a viver em harmonia com a natureza e com os irmãos. O dinheiro, apesar de necessário para a vida no atual sistema, gera segregação, guerra e morte. A qual desses senhores vamos servir? A Deus ou ao dinheiro? A resposta cabe a cada um de nós.
rastafarismo nao eh religão eh stilo de vida alternativo para todos aqls q acreditam em igualdade,amor ao proximo e td akilo q eh proposto plo stilo rasta…”ajude a si mesmo para poder ajudar o proximo e assim trazer a paz sem guerra e sem armas somente c amor e igualdade…”
essa eh a minha opiniao c n concorda ou se concorda FALE…
Totalmente de acordo Evelyn! Paz de Jah a você, obrigado por acessar o blog e continue sempre contribuindo com sua opinião e sugestões, elas são muito bem vindas!
nunca imaginei que ser rastafaire seria a coisa mais linda do mundo, apartir de hoje vou mudar o meu estilo de vida e seguir o jah.
Gostei muito do comentário sobre o rastafarismo.
“um amor, um coração, um destino, e Africa para
todos africanos em toda parte do mundo.
&U AMO O RAGAE , E ACREDITO Q JAH ” PODI FZR COISAS BOUAS TDS OS DIAS E EU HU AMO. E AMO A TDS EM NOME DA JAH”
luiz sou eu e eu sou bundão
me chamo luiz felipe machado frança