Arquivo | junho, 2009

PedalaSamba – Origens

29 jun

Exercendo meu direito à liberdade de expressão proporcionado pelo universo dos blogs, fugirei um pouco ao tema do filipesoad’s e exibirei um vídeo sobre a história do maior grupo musical da história do curso de Comunicação Social da Ufes, o PedalaSamba!

Espero que vocês gostem =)

Pequena História do Rastafarismo

28 jun

Entre os séculos XVI e XIX, mais de dez milhões de negros foram capturados na África para que fizessem girar a roda-viva do mercantilismo na América e na Europa. Os europeus consideravam os negros hábeis trabalhadores rurais, tanto pela experiência em lhe dar com a terra quanto pelo vigor físico.

negros porão

Apesar de possuírem alto valor comercial, os negros eram transportados em navios durante semanas e até meses, amontoados em porões úmidos e extremamente quentes, sem ver a luz do dia. Se a comida começava a ficar escassa, os mais fracos e doentes eram arremessados ao mar, e quando o navio finalmente chegava a seu destino, famílias inteiras eram separadas, isso quando a separação não havia ocorrido durante a viagem ou ainda em solo Africano.

Nas lavouras, nas minas e nos canaviais, os escravos africanos eram sujeitados a trabalhar do nascer ao pôr do sol, enriquecendo cada vez mais aqueles que diziam “levar o país nas costas”.

Quando os senhores consideravam que a produção estava baixa, muitos escravos eram torturados para intimidar o conjunto de trabalhadores escravizados, numa tentativa de fazer a produção aumentar a qualquer custo. Mulheres eram estupradas e às vezes até mutiladas por não ceder aos desejos sexuais de seus “sinhozinhos”.

escravidão

Essa rotina de violência e humilhação gerou tristeza e revolta nos corações dos negros durante séculos, ao passo em que líderes começaram a surgir e a buscar a libertação de seu povo. No Brasil, o mais famoso deles foi Zumbi, que ajudou a libertar mais de trinta mil escravos, acolhendo-os no Quilombo de Palmares, onde os negros desfrutavamde uma relativa qualidade de vida, recebiam proteção contra milícias e “capitães do mato” e não sofriam os maus-tratos de antes.

Zumbi nasceu em Palmares, Alagoas, livre, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado ‘Francisco’, Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar destas tentativas de aculturá-lo, Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao seu local de origem. Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte e poucos anos.

Por volta de 1678, o governador da Capitania de Pernambuco cansado do longo conflito com o Quilombo de Palmares, se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos fugidos se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa; a proposta foi aceita, mas Zumbi rejeitou a proposta do governador e desafiou a liderança de Ganga Zumba. Prometendo continuar a resistência contra a opressão portuguesa, Zumbi tornou-se o novo líder do quilombo de Palmares.

Após muita luta, morte e sangue do povo negro derramado, a escravidão na América chegou ao fim (o Brasil foi o último a aboli-la, em 13 de maio de 1888). Apesar disso,  os negros permaneceram sem qualquer direito político e econômico, e mesmo como “homens livres”, eram desprezados pela população branca, que possuía o controle das instituições e do capital. Os que conseguiam trabalho eram extremamente explorados, sem qualquer direito trabalhista e com remunerações baixíssimas.

No ano de 1910, Marcus Garvey, um jamaicano que trabalhava como fiscal em plantações de banana na Costa Rica, observou o sofrimento dos negros no campo. Depois de viajar por outros países da América Central, percebeu que essa situação não era um “privilégio” da agricultura, mas de todos os setores da economia, principalmente na indústria. Revoltado, passou a escrever artigos para pequenos jornais denunciando essa exploração. Na Costa Rica, ele publicou o La Nacionale . Na Guatemala, escreveu para o La Prensa. Com seus artigos, Marcus comprou uma briga com a elite branca, e sofria ameaças constantes. Pior do que isso era sofrer com o despreso do próprio povo, que não entendia a força e o poder transformador que uma voz negra na mídia poderia ter.

marcus garvey

 Em 1912, Garvey viajou para Londres e teve contato com negros de todo planeta. Por meio  de relatos dos irmãos, ele constatou que as condições de vida e os problemas enfrentados pelos descendentes de africanos mundo a fora eram muito parecidos.

Regressando para a Jamaica, em 1914, Marcus criou a Universal Negro Improvement Association (Associação Universal para o Progresso Negro), que pregava a igualdade de direitos e deveres entre as etnias em todo o mundo, o retorno dos negros à Mãe África – estabelecendo um país e um governo gerido pelos negros – e um apoio aos irmãos necessitados que permanecessem em outros países.

Reunindo uma quantidade cada vez maior de adeptos, Garvey (que era católico) anunciou na década de 1920 que Deus se faria homem novamente, assim como em Jesus Cristo, e esse homem se tornaria Rei na África, libertando os negros da opressão.

O início da profecia se confirmou quando em 1930, na Etiópia, Ras Tafari Makonnen foi coroado rei. Ras alegava ser descendente do Rei Salomão e, ao assumir a coroa, se auto-denominou Haile Selassie I (“o poder da divina trindade”).

Aqueles que acreditaram que Haile Selassie era filho de Deus passaram a ser denominados rastafaris. Porém, o Rastafarismo, diferentemente do Cristianismo, não é uma religião e sim um estilo de vida. Por adotar a Bíblia como livro sagrado os dois possuem características bem parecidas, como a necessidade de se amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, não roubar, não cobiçar os bens alheios nem a mulher do próximo, etc.

hail

Durante seu reinado, Selassie realizou uma série de mudanças que beneficiaram os etíopes mais necessitados, como a adoção do voto universal e a abolição da escravatura. Também desenvolveu a ciência e a indústria, trazendo maior prosperidade para aquele país.

Em 1935, quebrando uma série de acordos, a Itália – então governada por Benito Mussolini –  invadiu a Etiópia e depôs o Rei, que permaneceu em exílio na Inglaterra durante seis anos. Durante esse período, Selassie ajudou a organizar e a fortalecer ainda mais o movimento negro, enquanto tentava mobilizar a opinião pública internacional para a causa etíope. Então, no ano de 1941, quando a Itália já havia sido derrotada na 2ª Guerra, o Rei reassumiu seu posto e governou a Etiópia até os anos 70, quando um golpe militar o depôs. Ficou preso até 1975, quando morreu por complicações na próstata.

Os seguidores do Rastafarismo estão espalhados pelo mundo todo. Sua ideologia foi muito difundida através das letras das músicas de Bob Marley, como  “Exodus”, que fala sobre a diáspora dos povos africanos, “Legalize It”, sobre a legalização da maconha, erva sagrada para os rastas, que a utilizam nos momentos de meditação da palavra de Jah (Deus), e “African Unite”, que traduz uma das buscas dos rastamans: a unificação dos pvos africanos.

O Rastafarismo impõe algumas normas aos seus seguidores, como não tatuar a pele nem cortar a própria carne (para colocar um piercing por exemplo), não escovar o cabelo nem corta-lo (por isso é comum que os rastas utilizem os “dreadlocks”, espécie de canudos formados com o próprio cabelo, que simbolizam a união com Jah), não comer carne de porco, caracóis ou peixes sem escamas, pois esses são considerados alimentos impuros.

Aqui no Brasil, um dos maiores difusores da filosofia rasta é a banda carioca Ponto de Equilíbrio.

Nascida nas ruas da comunidade de Vila Isabel, ela é liderada pelo um tanto quanto irreverente vocalista Hélio Bentes. Traz em suas letras um grande apelo social e espiritual, e sua melodia é privilegiada por um roots que leva o reggaero a viajar e refletir.

O Rastafarismo é, acima de tudo, um caminho alternativo ao que a Babilônia (símbolo do pecado e da perdição) nos conduz. Nos mostra como é belo amar todos os irmãos independente de suas características peculiares, não se preocupar com a busca pelo poder e pelo dinheiro, que só nos faz destruir a natureza e tudo de bom que Deus criou única e exclusivamente para nós. Além disso, o Rastafarismo dá esperança e acalento àqueles que hoje sofrem com a solidão, a miséria e a opressão, pois segundo essa doutrina Jah está prestes a voltar para libertar todos que Nele crêem, levando-os para morar junto Dele em Sião, o paraíso.

O maluco do orelhão

28 jun

Sim, eu acredito em milagres. Tenho certeza que presenciei um ao ver meu grande amigo F.G. sair dessa com vida. O que ele queria? Não sei. Houve sequelas? Acho que ele já era assim antes do acidente. Mas, nos próximos dias, postarei uma entrevista com ele, na qual serão revelados todos os mistérios que seguem essa atitude insana e quais as consequências que ela trouxe para sua vida.

Nova bloguera na área!

27 jun

No debate sobre a não exigência do diploma, travado em maior grau após a decisão do STF, minha amiga Ana Carolina já entrou falando com propriedade na blogosfera.

Eis uns trecho de sua análise no blog opiniaodaana.blogspot.com

“A luta peça ética jornalística e por um piso salarial mais justo perdeu um pouco de sua força.Pela perda na sua credibilidade e a valorização do profissional em sua área. Entendo que para os profissionais que já tenham contrato assinado e lugar cativo, seja justa e um passo à favor da democracia a decisão do Supremo Tribunal Federal. Mas para mim, estudante que ainda tenho um curso pela frente, é uma lesão ao tempo já dedicado ao estudo dessa carreira e falta de prestígio pelo meu talento e dedicação. Me sinto solidarizada aos demais que, assim como eu, não nasceram com aptidão à medicina, ou à engenharia…”

Perfeito! E bem vinda a esse novo espaço que a internet nos permite navegar e desbravar: os blogs.

Religiões III

22 jun

Thaiss Santos Pacheco de Oliveira, 21 anos, é a próxima entrevistada do “Religiões”. A estudante de comunicação é formada em teatro pela FAFI, e seguindo o exemplo de seus pais, também é espírita. Ela explica que a doutrina espirita é uma doutrina cientifico-filosófica com consequência religiosa. O ensino moral da doutrina é o ensino moral de Jesus: amar ao próximo como a si mesmo. Prega a reencarnação, a lei de causa e efeito, a existência de Deus, a sobrevivência e comunicabilidade dos espíritos e a imortalidade da alma.

Surgiu há 150 anos com a publicação de O Livro dos Espíritos por Allan Kardec, codificador da doutrina. O espiritismo possui cinco obras básicas: O Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns, O Céu e o Inferno e A Gênese.

 F: O que há de particular em sua religião que lhe fez optar por ela, em detrimento de outras?

Eu não optei, já fui inserida nela pela família; mas o que me faz, ainda, acreditar na doutrina e ser espírita é a idéia de constante evolução e de que essa vida não é finita. 

F: Como sua religião lida com as demais?

Normalmente; não há preconceitos nem discriminações.

F: A escola freudiana de psicologia propõe que o homem busca na religião aquilo que é ausente em sua vida, você acredita nisso?

Sinceramente, não sei. Eu não sinto ausência de nada, talvez porque eu tenha uma religião que, para mim, é muito reconfortante por conta da reencarnação, do entendimento da justiça divina. Não entendo muito de Freud nem de seus sucessores, não posso emitir uma opinião muito clara. Para mim, a religião é muito importante e se a tenho por falta de algo ou não eu não sei, só sei que reconforta e esclarece.

Gilmar Mendes: uma cag*&¨% atrás da outra

19 jun

Gilmar Mendes diz que registro profissional de jornalista perdeu o sentido

Daniel Mello
Da Agência Brasil
Em São Paulo

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, disse hoje (19) que o registro profissional de jornalista no Ministério do Trabalho perdeu o sentido após decisão da Corte que acabou com a exigência de diploma para exercer a profissão. “O registro existente não terá nenhuma força jurídica”, ressaltou.
Sobre o reflexo da decisão em concursos públicos com vaga para jornalistas, Mendes disse que questões pontuais serão debatidas posteriormente.
O presidente do STF descartou a possibilidade de uma nova regulamentação elaborada pelo Congresso Nacional como proposto pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa.
Mendes reiterou que há possibilidade de outras profissões serem desregulamentadas. No entanto, não quis especificar quais são essas áreas.

Gilmar Mendes, com essa declaração, demonstra a quem está servindo na presidência do STF: Os grandes empresários deste país, que há anos lutam pela reforma das leis trabalhistas, ou melhor, pela extinção delas. É muito fácil tratar os direitos dos trabalhadores como algo insignificante quando se está na presidência do STF, com estabilidade no emprego e o maior salário entre os funcionários públicos do país, R$ 25.725! O equivalente à remuneração de trinta professores da rede pública em vários municípios do estado. E o pior é que o infeliz ainda acha que é pouco!

Agora, vamos analisar o papel de cada um na sociedade. Um farizeu que vai à imprensa ridicularizar e marginalisar os movimentos sociais. Um homem conhecido como “engavetador geral da república” no governo FHC, por arquivar todos os processos esclarecedores dos podres do nosso excelentíssimo ex-presidente. Aquele que por várias vezes usou de seu cargo para passar por cima das decisões de outros juízes, como em todas as vezes em que Daniel Dantas foi parar no xadrez e o querido Gilmar Mendes mandou soltar. O picareta que defende que algêma é só para pobre, rico quando é algemado é abuso de poder da PF…

E os professores? Sem os mínimos recursos materiais em sala de aula, todos os dias tendo que enfrentar alunos completamente indisciplinados, que agridem, ameaçam de morte e muitas vezes matam. Os responsáveis por educar aqueles que são o Brasil de hoje e de amanhã, recebem 30 vezes menos do que um burocrata hipócrita.

É por essas e outras que eu prefiro confiar na lei de Deus do que na dos homens.